segunda-feira, 16 de junho de 2008

BLOCO

Sem palavras apenas pensamentos soltos ao vento me fazem refletir sobre quem sou, sobre quem não sou e sobre quem desejo ser.
Não entendendo nada de nada fui jogado nesse mundo sem um rumo certo, sem um norte, sem ao menos uma placa que me indicasse alguma direção. Aqui estou nessa estrada seguindo adiante com vontade de voltar e refazer algumas curvas, pular alguns buracos que me derrubaram, enfrentar algumas barreiras que apenas ignorei e não me fizeram crescer. Ainda perdido o que me resta é seguir em frente atemorizado com o que pode vir em seguida. Está escuro, não há luz que possibilite enxergar muito além de alguns passos. Mas sigo, não posso ficar parado no meio da estrada, mesmo que ela não me leve para nenhum lugar. São retões a perder de vistas, curvas inclinadas e teimosas, buracos profundos e que não parecem ter volta, tomo cuidado aqui me descuido ali e caio acolá. Mais um tombo, mais uma cicatriz mais uma vez o joelho ralado, porém ele não dói, quem dói é o coração toda vez que vem um tombo, dói todas às vezes, perco a direção (que direção perder? Se não tenho nenhuma! Quanta ironia, perdendo o que nunca tive!). De vez em quando procuro o primeiro caminhão para me jogar na frente e acabar com a angústia de enfrentar o mundo que ri de cada queda, mas não encontro nenhum, eles gostam de me pegar desprevenido, me fazem voar estrada afora.
Então com nenhuma alguma coragem me levanto e sigo com mais cuidado dessa vez. Mas o tempo passa e esqueço da dor, do sofrimento e da solidão e caio novamente.
Algumas vezes encontro estradas paralelas a minha e para minha surpresa há alguém lá, corro em sua direção para dizer um oi. Em resposta gosto de receber sorrisos, alguns escondem dores que jamais senti. Mas nem sempre é assim, olhares furtivos de desconfiança ou um “sai daqui” silencioso também são muitos comuns. A estes caminhos que possuem pessoas que sorriem em respostas chamo de “amigos” ou “família” e eles seguem comigo durante algum tempo, alguns se vão e outros continuam comigo quem sabe até o fim de nossas trilhas.
Algumas estradas mais difíceis de serem encontradas são as que cruzam a nossa quando menos imaginamos, chamo estas de “amor”, são quase iguais aos amigos, só que eles fazem você se desviar e seguir junto com aquele que você acabou de trombar, eles são o seu novo norte. Talvez a esperança de não seguir só na escuridão. Os acidentes que acontecem nesse caminho são cruéis, mutilam o coração, fazem sangrar, deixam marcas profundas e podem causar conseqüências piores como perder a vontade de encontrar o “amor” novamente na sua frente. Desses tenho muito medo, mais que o normal.
Fico imaginando qual será o fim, aonde chegarei?!

2 comentários:

Pedro, o Nogueira disse...

Nó Pedro, gosto muito.

Há tempos deixei de ter coragem de ser poeta assim, tenho saudades...

Patrícia disse...

Amouro, tenho um dvd pra você ver. Acredite em mim: te compreendo!